O mercado farmacêutico brasileiro está sendo palco de uma disputa judicial inusitada entre duas gigantes do setor. A Hypera Pharma, detentora do famoso Engov, entrou com uma ação contra a Cimed em relação ao seu produto Ressaliv After, alegando concorrência desleal. Segundo a Hypera, o Ressaliv After, uma bebida para reidratação e energia, possui semelhanças significativas com seu Engov After, podendo confundir os consumidores e causar prejuízos à empresa.
O embate começou em julho, com a Hypera buscando impedir o lançamento do Ressaliv After devido às semelhanças na embalagem. Inicialmente, o pedido foi negado, mas a Hypera recorreu e conseguiu uma liminar para impedir a comercialização do Ressaliv After, sob pena de multa. Apesar do atraso, a Cimed lançou o Ressaliv com uma nova embalagem em setembro, mas a Hypera alegou semelhanças com a versão anterior e voltou à Justiça.
A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) em dezembro obrigou a Cimed a recolher os produtos já lançados. A Cimed, por sua vez, tem grandes ambições com a linha Ressaliv, visando liderar o mercado de OTC (medicamentos sem receita) no Brasil e alcançar um faturamento de R$ 100 milhões com a linha. A Hypera, com uma receita líquida de R$ 6 bilhões nos primeiros nove meses de 2023, viu suas ações desvalorizarem 21,7% no mesmo período.
A Cimed, crescendo exponencialmente, lançou 50 produtos em 2022 e faturou R$ 3 bilhões em 2023, com expectativas de chegar a R$ 5 bilhões. Em resposta, a empresa afirmou que recolheu os produtos e está trabalhando em uma nova versão.
